quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Melhorando a escrita

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008



Muitas vezes você fica em dúvida quando vai escrever alguma coisa em um e-mail, texto comum, sei lá, alguma coisa no seu micro. Então é melhor você dar uma olhada nessas dicas abaixo:

1. Consultar um dicionário online
- O dicionário de Língua Portuguesa Priberam é grátis. Além disso, ele oferece a conjugação de 13 mil verbos.

2. Consultar a Academia Brasileira de Letras - A maior autoridade ortográfica da Língua Portuguesa no Brasil é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de responsabilidade da Academia Brasileira de Letras. O que está ali é lei. Não há o que discutir. A academia também tem um serviço de respostas a dúvidas relativas à língua.

3. Aprenda o básico de ortografia - Existem algumas regras - bem como suas muitas exceções - que facilitam sua vida se aprendidas. Procure dicas de ortografia, o sentido e o significado de ortografia, o uso correto das consoantes e vogais e suas combinações e tudo o mais que você puder encontrar e então você passará a cometer cada vez menos erros.

4. Consultar o Google - Se estiver em dúvida sobre o modo certo de escrever a palavra, o Google pode sugerir a forma certa de escrevê-la, às vezes, no topo dos resultados. Já achei esse recurso um tanto intrometido, mas depois de ele ter me tirado de algumas cruéis encruzilhadas ortográficas, mudei de idéia.

5. Coloque as palavras para brigar no Googlefight - Se a sua dúvida for entra duas formas de se escrever uma palavra, coloque-as para brigar no Googlefight. Em geral, a vencedora é a correta. O que prova que a maioria das pessoas ainda cuida de escrever com correção. Além disso, é divertido. Veja o resultado da luta entre a palavra exceção e a palavra excessão. Se a vitória for apertada, desconfie. Algumas palavras têm mais de uma forma correta de serem escritas e algumas grafias dão significados diferentes às palavras, como sessão e seção.

6. Consultar um dicionário físico - Pode ser, por exemplo, o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa.

7. Instalar um dicionário eletrônico no computador - O Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa tem uma versão eletrônica que se integra a outros programas se o usuário quiser. Mais confiável que o corretor ortográfico que vem de fábrica nos editores de texto.

8. Pergunte a alguém - Se esse alguém não souber, ao menos você vai instaurar a dúvida e outra pessoa além de você aprenderá algo.

9. Use sempre mais de um dos métodos sugeridos - Só assim você terá certeza e ainda terá a chance de fazer descobertas inesperadas sobre as palavras.

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Aprovado o orçamento de 2008 para a educação

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


A Comissão Mista de Orçamento aprovou o orçamento para a educação em 2008. Pela proposta o ministério da Ciência e Tecnologia contará com cerca de R$ 5,5 bi.

Em outro patamar estão as universidades americanas, só o MIT (Massachusetts Institute of Tecnology) recebe do governo americano cerca de US$ 2 bilhões, mas esse não é o rendimento total anual pois é costume nos EUA os ex-alunos investirem parte dos seus ganhos nas universidades responsáveis pela sua formação, a filantropia é uma prática enraizada na cultura americana. O MIT recebe anualmente doações de grandes empresas tais como: Google, Yahoo e Youtube…

Não gostaria de comparar, afinal a realidade entre os dois países são bem diferentes, mas ainda acho que com o atual nível de investimento poderíamos ter um aproveitamento relativamente melhor se otimizássemos as receitas e diminuíssemos a burocracia.

Recentemente um professor comentou que quando fazia doutorado na Universidade da Califórnia fez um pedido de material antes do término do projeto, pois imaginava que até o material chegar estaria com o projeto findado. Para sua surpresa seu pedido chegou no dia seguinte, ficou com o material duas semanas sem saber o que fazer até que iniciou a pesquisa. Segundo ele, pedidos deste tipo tem prioridade e acabam sendo enviados imediatamente por correio aéreo.

Mas eu juro que ainda tem como fazer pesquisa no Brasil, basta um pouquinho de sorte e boa vontade

CRÉDITO Fisiomaluco

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

As melhores frases dos piores estudantes:

terça-feira, 8 de janeiro de 2008





“O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e pro cálculo dar certo arredondaram a Terra!”

“O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro.”

“O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia, praticamente, todo mundo tem um”

“Quando o olho vê ele num sabe o que tá vendo, ele manda uma foto elétrica pro célebro que explica pra ele.”

“Nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes!”

“Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.”

“O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada.”

“O teste do carbono 14 nos permite saber se antigamente alguém morreu.”

“Antes mesmo da guerra a mercedes já fabricava volkswagen.”

“Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos.”

“O pai de D. Pedro II era D. Pedro I e de D. Pedro I era D. Pedro 0″

“Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe econômica.”

“O índice de fecundidade deve ser igual a 2 pra garantir a reprodução das espécies pois precisa-se de um macho e uma fêmea pra fazer o bêbe. Pode até ser 3 ou 4, mas bastam 2.”

“O homossexualismo ao contrário do que todos imaginam não é uma doença, mas ninguém quer pegar!”

“Em 2020 a previdência não terá mais dinheiro pra pagar os aposentados graças à quantidade de velhos que se recusam a morrer.”

“O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior mas é muito sozinho.”

“Na segunda guerra mundial toda a europa foi vítima da barbie (barbárie) nasista.”

“Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica.”

“O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho bem perigoso.”

“A Terra se vira nela mesma, e esse difícil movimento denomina-se arrotação.”

“Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.”

“Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.”

“Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia.”

“Uma linha reta deixa de ser reta quando pega uma curva.”

“O aço é um metal muito mais resistente que a madeira.”

“O porco é assim chamado porque é nojento.”

“A fundação do Titanic serve pra mostrar a agressividade dos ice-bergs.”

“Pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.”

“A água tem uma cor inodora.”

“O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.”

“O Marechal Deodoro da Fonzeca é conhecido principalmente pois está no dicionário.”

“A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.”

“O sul foi colocado embaixo do norte pois é mais cômodo.”

“Os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha.”

“A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.”

“Os escravos dos romanos eram fabricados na áfrica, mas não eram de boa qualidade.”

“O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.”

“Na idade média os tratores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.”

“A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.”

“A maconha deve ser proibida quando há flagrante.”

“Quando dois átomos se encontram, dá a maior merda.”

“Princípio de Arquimedes: todo corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.”

“Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus.”

Pergunta: “Em quantas partes se divide a cabeça?” Resposta: “Depende da força da cacetada.”

“Trompa de Eustáquio é o instrumento musical de sopro, inventado pelo grande músico belga Eustáquio, de Bruxelas.”

“Parasitismo é o fato de um não trabalhar e vivendo a dar ‘mordidas’ nos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.”

“Ecologia é o estudo dos ecos, isto é, da ida e vinda dos sons.”

“Biologia é o estudo da saúde. E para beneficiar a saúde é que o Dr.Fontoura inventou o biotônico.”

“As constelações servem para esclarecer a noite.”

“No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se sifilizando.”

“O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro.”

“A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje”

“Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.”

“As aves tem na boca um dente chamado bico.”

“A terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo.”

Para finalizar:

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Tecnologia na escola: o segredo do sucesso

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sucesso ou fracasso?

A diferença entre um projeto de informática e tecnologia dar certo em uma escola e naufragar em outra pode não ter nada a ver com a versão dos computadores, a capacidade dos professores ou o espaço físico disponível para o laboratório.

O grande diferencial pode estar no gestor escolar. Afinal, é ele quem determina a visão da escola.

É, portanto, essencial mostrar aos profissionais que cuidam da administração escolar e coordenação pedagógica a importância de integrar as tecnologias ao cotidiano escolar.


Escola integrada

Com o gestor escolar em primeiro plano, o programa pretende eliminar a distância entre duas grandes esferas da escola: o setor administrativo e o corpo pedagógico, tradicionalmente tratados como departamentos separados.

De fato, pouco adianta uma escola possuir um bem equipado laboratório de informática se os diretores desconhecem seu potencial ou não acompanham o trabalho realizado pelos professores com os alunos.

Os gestores que participam ativamente das atividades envolvendo as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) têm mais chances de desenvolver projetos que integrem a escola e seus participantes.

É o que prevê o curso Gestão Escolar e Tecnologias. Ao final do programa, os participantes estarão capacitados para montar o projeto pedagógico de integração das TICs à gestão escolar.

Ou seja, os gestores terão condições de tirar o máximo proveito dos recursos tecnológicos disponíveis na escola e integrar mídias diferentes, como computadores, TV, vídeo e os demais componentes.

A idéia é que, ao integrar as TICs à rotina escolar, todos os participantes da comunidade – alunos, professores, gestores, funcionários e entorno da escola – possam usufruir dos benefícios, como inclusão digital e acesso às novas tecnologias.

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

VEJA Entrevista: Eric Nadelstern

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Paulo Giandalia

"Para fazer de uma escola um exemplo de excelência, é preciso dar incentivos concretos a quem trabalha nela, tal qual em qualquer empresa"




O americano Eric Nadelstern, 57 anos, tem um cargo pouco usual para alguém que trabalha com escolas públicas. Ele é CEO na Secretaria de Educação da cidade de Nova York, de onde comanda uma das reformas mais radicais já feitas tendo como alvo uma rede tão grande de escolas públicas. Desde 2002, quando o empresário Michael Bloomberg assumiu a prefeitura de Nova York, é de Nadelstern a função de implantar nas escolas um novo modelo cujos pilares são a competição e a recompensa baseada no mérito, tal qual no melhor setor privado. Os especialistas dizem que a reforma implementada por ele merece a atenção de governantes, educadores e também dos pais, pelos bons resultados já colhidos. Resume Nadelstern: "Temos uma escola de século XXI com a cara do século XIX. Precisamos de coisa melhor". Com uma carreira de 35 anos em escolas públicas de Nova York, onde já deu aulas e exerceu todos os cargos possíveis na hierarquia, poucas pessoas entendem tanto do assunto quanto ele. Por essa razão, Nadelstern é convidado para dar palestras no mundo inteiro. Casado e pai de uma filha, também professora, ele concedeu a VEJA a seguinte entrevista.

Veja – É mesmo possível transformar escolas de má qualidade em bons colégios ou é melhor fechá-las, como ameaça Michael Bloomberg, prefeito de Nova York?
Nadelstern – É possível. O primeiro passo é mudar radicalmente a velha cultura que abomina a competição e a meritocracia no ambiente escolar. A ausência de competição e de honra ao mérito é predominante não só em colégios de países em desenvolvimento, como o Brasil, mas também em escolas americanas. Em quase quarenta anos como professor e pesquisador do assunto, sempre me causou perplexidade o fato de que, mesmo em um país como os Estados Unidos, alguns dos conceitos mais fundamentais na sociedade sejam tratados nas escolas como pecados capitais. É preciso superar esse ranço para, aí sim, começar a sonhar com melhorias no ensino.

Veja – Quais medidas se revelaram mais eficazes em sua própria experiência?
Nadelstern – De saída, concluímos que não dá para ter bom ensino sem reunir na escola um grupo de profissionais obcecados por acertar. Isso é algo que certamente não aparece por geração espontânea, pelo idealismo puro e simples. Para contar com uma tropa de gente decidida a fazer de determinada escola um exemplo de excelência, é preciso antes de tudo lhe dar incentivos concretos, tal qual ocorre em uma empresa privada. Não me refiro aqui apenas ao aumento de salário, que também ajuda, mas sobretudo a uma política de premiar com mais dinheiro diretores e professores que alcancem os melhores resultados. A Coréia do Sul já fez isso com sucesso e estamos colocando a idéia em prática agora em Nova York. Com a velha isonomia salarial, passamos uma mensagem equivocada do menor esforço, segundo a qual dar a alma ao trabalho não faz nenhum sentido. Queremos estimular justamente o contrário.

Veja – Isso gerou protestos nas escolas?
Nadelstern – Às vezes. Mas o fato é que se foi o tempo dos relatórios subjetivos produzidos por burocratas do ensino, que dependiam do humor do avaliador. Chamavam atenção pelo festival de adjetivos e pela escassez de substantivos. Em sociedades modernas tão afeitas às estatísticas, não há por que não aferir a qualidade dos professores atribuindo-lhes notas numa escala numérica. As pessoas podem reclamar, mas o número é algo irrefutável. Aplicamos provas aos alunos. Se a classe de um professor vai mal numa série de testes, é um sinal de que ele está falhando. Por outro lado, quando há um consistente avanço nas notas, temos em mãos um poderoso indicador do seu talento ao lecionar. São essas as escolas que, no caso de Nova York, recebem bônus no orçamento. Cabe ao diretor fazer o rateio do prêmio, tendo pesado o mérito de cada um para o resultado final. Ele é o gerente de fato.

Veja – Que tipo de interferência do estado, afinal, contribui para o progresso de uma escola?
Nadelstern – Como em outros setores da economia, também em uma rede de escolas públicas não faz sentido que o governo seja o todo-poderoso, a quem elas devam consultar sobre a compra de uma borracha ou um vazamento no teto. No novo sistema, os diretores recebem dinheiro da prefeitura e são livres para administrar a escola como julgarem melhor. Como esperar que os diretores sejam gestores tão eficazes quanto os das grandes empresas se os privamos de poder? É ilógico. Por essas e outras, as escolas públicas americanas costumam ser lembradas pelos magos da administração como exemplos de ineficiência e atraso. Com a autonomia, a história é outra. Antes dela, apenas 13% do dinheiro que deveria chegar às escolas seguia esse destino. O restante era consumido com a burocracia ou desaparecia nos ralos da corrupção. Depois que a gestão ficou nas mãos dos diretores, 70% do dinheiro está nas escolas. A meta é chegar a 90%. Com isso, estou convencido de que o estado não tem talento nem o dever de intervir no miúdo, mas é, sim, seu papel estabelecer um conjunto eficiente de regras para estimular o bom ensino – e, claro, cobrar os resultados.

Veja – Como exatamente o governo pode cobrar bom desempenho de uma escola?
Nadelstern – Damos a autonomia e, em troca, o diretor assina um contrato com a prefeitura em que se compromete a fazer seus estudantes alcançarem uma determinada média de notas, a reduzir a evasão, a combater a repetência, e por aí vai. Se as escolas não cumprem tais metas, recebem menos dinheiro do que as demais que mostram avanço nos indicadores. Nas escolas em que o resultado é sempre péssimo, não há saída senão demitir os diretores. No mundo privado, não causa espanto que alguém de alto escalão seja mandado embora por incapacidade de gestão. Na escola pública, isso ainda é visto como uma injustiça. Para mim, é mais um sinal de que as escolas têm muito a aprender com as empresas.

Veja – Como atrair os melhores profissionais para as escolas públicas?
Nadelstern – A política de dar bônus por desempenho é uma medida que, por si só, já enche os olhos dos bons profissionais do mercado. Evidentemente, um ambiente de trabalho em que ficarão equiparados à mediocridade não lhes é atraente. Outro ponto fundamental, de novo, é o fato de as escolas serem autônomas, e não mais tão dependentes do estado. É claro que um bom executivo se sentirá mais desafiado com esse cenário. Também é possível fisgar os melhores profissionais ao colocá-los em funções estratégicas pelas quais serão bem remunerados. Estou certo de que um de nossos trunfos foi ter conseguido recrutar alguns dos melhores acadêmicos de universidades como Harvard e Princeton e, ainda que em menor proporção, trazer gente do setor privado para as escolas. Alguns deles estão dando aulas de ciências em escolas localizadas em áreas menos nobres e mais violentas. Ninguém em sã consciência hoje pode abrir mão de um bom ensino de ciências, senão vai ficar para trás. É também contra isso que estamos lutando ao contratar os melhores acadêmicos do país.

Veja – O que seus estudos e a própria experiência mostram sobre o combate ao crime nas escolas?
Nadelstern – Esse está longe de ser um problema exclusivo da cidade de Nova York, tampouco de países pobres, como o Brasil. Tenho observado nas últimas décadas o modo como os diversos educadores e governantes lidam com a criminalidade no ambiente escolar e cheguei a duas conclusões sobre o que ajuda a erradicá-la. Primeiro, é preciso adotar medidas de segurança na escola, ainda que isso pareça estranho a algumas pessoas. Defendo minha posição com base em fatos, e não em ideologia. Em escolas de Nova York antes dominadas por gangues, a violência despencou desde a década de 90, quando foram instalados detectores de metais na entrada e elas recrutaram agentes de segurança treinados para lidar com essa situação. Em outra frente, uma medida eficaz de mais longo prazo é reduzir o tamanho das classes e das próprias escolas.

Veja – O senhor acha viável transformar um sistema público de escolas gigantes e classes lotadas em uma rede de pequenos colégios?
Nadelstern – Esse é um processo que pode consumir décadas, mas, sim, está no campo do possível. Defendo isso com base em pesquisas segundo as quais, de todos os fatores, o tamanho da escola é o que mais influencia as chances de um aluno em Nova York concluir o ensino médio e chegar à universidade. Não estou dizendo que todas as escolas de grande porte são ruins, nem que as pequenas são sempre oásis de bom ensino, mas, na média, é essa a realidade – e os pais devem estar informados sobre isso ao matricular seus filhos. Do ponto de vista prático, é evidente que não é viável para um governo sair por aí comprando terreno para construir mais escolas. É possível, no entanto, transformar uma escola grande em várias pequenas, fazendo uso do mesmo prédio. Cada uma delas passa a ter diretor próprio, uma equipe de professores e funcionamento de escola pequena.

Veja – E por que exatamente isso é bom?
Nadelstern – Em primeiro lugar, porque num ambiente menor os pais passam a participar mais, segundo nos mostra uma pesquisa sobre o assunto. Hoje as famílias estão, em geral, alheias ao que se passa na escola. De um lado, porque não lhes sobra tempo. De outro, porque têm dificuldade em ser recebidas nas escolas – o que só atrapalha. Outro ponto a favor das escolas menores é que, nelas, os professores passam a conhecer um pouco melhor as necessidades de seus alunos. Uma de minhas cruzadas é justamente criar nos colégios uma nova cultura, de modo que as aulas não sejam tão dissociadas das reais demandas dos estudantes.

Veja – Como aproximar uma escola da realidade de seus alunos?
Nadelstern – Insisto, de novo, na necessidade de aplicar provas aos estudantes, nesse caso com o objetivo de saber o detalhe do detalhe sobre o que eles aprenderam até aquele momento do ano. Criamos seis testes anuais com essa finalidade. Isso mesmo: a idéia é fazer monitoramento permanente. Acredito que só aí é possível ao professor dar uma boa aula, mais de acordo com as necessidades dos alunos. Infelizmente, o que observo sobre a maioria das escolas nos Estados Unidos é que, em se tratando de ensino, oferta e demanda ainda andam, basicamente, separadas. O professor fala sobre Platão para estudantes que desconhecem os fundamentos da Grécia antiga. Em aulas sobre a I Guerra, quase ninguém sabe onde fica a Europa. Não tem como dar certo. Se os alunos ignoram o básico, vamos lhes dar primeiro isso.

Veja – De que modo o senhor acha que dar prêmios em dinheiro aos melhores estudantes, como ocorre em Nova York, pode ajudar a melhorar esse cenário?
Nadelstern – A competição empurra as pessoas para a frente. Nas escolas, as crianças a encaram como uma gincana, na qual, para sair vencedoras, precisam estudar mais. Esse é o objetivo. Os alunos gostam. Os pais adoram. Mas sindicalistas e intelectuais lunáticos reclamam. Se a sociedade como um todo cultua os rankings, não vejo por que ser diferente no ambiente escolar, no qual supostamente se dá uma espécie de treino para a vida real. Premiar é, afinal, uma maneira de jogar luz sobre um conjunto de bons hábitos que devem servir de modelo para os outros.

Veja – Como atrair para as escolas públicas 350 milhões de dólares do setor privado, a exemplo do que ocorreu em Nova York?
Nadelstern – Lição número 1: não dá para bater à porta de Bill Gates com um diagnóstico de 1 000 páginas sobre a educação pública e esperar que ele tenha tempo e disposição para lançar-se numa longa e enfadonha discussão teórica. O que funciona é chegar com um projeto curto, de execução palpável e custos definidos. Essa é a linguagem do mercado. Repetimos sempre nos Estados Unidos que a diversidade é a pedra fundamental de uma sociedade livre e democrática – e, por essa razão, estamos em busca de perfis distintos de escola. Ao passar o chapéu nas empresas, comecei a falar em um novo "portfólio" de colégios, e não mais em diversidade. Funcionou. Um país mais pobre como o Brasil certamente poderia se beneficiar mais desse tipo de prática.
Veja – Apesar de todos esses esforços, os indicadores de ensino em Nova York ainda são ruins...
Nadelstern – Os resultados na educação são sempre lentos, mas acho que, diante disso, avançamos a uma velocidade bastante razoável. Há cinco anos, 50% dos estudantes concluíam o ensino básico em Nova York. Hoje, são quase 60%. Ou seja: 20% mais gente. É um indicador de que seguimos na direção correta. Estou bastante atento ao que outros países estão fazendo para melhorar. Essa é uma obrigação de qualquer homem público no mundo globalizado. Meu diagnóstico geral é que as escolas ainda têm a cara do século XIX em sociedades do século XXI. Elas continuam afeitas à decoreba, encaixotadas em grades curriculares ultrapassadas e incapazes de preparar as crianças para olhar os problemas da atualidade de modo abrangente e desprovido de preconceito. Os pais devem cobrar, sim, porque, no que diz respeito à escola pública, seus filhos são reféns de um serviço que se situa entre o mediano e o ruim; o velho e o antiquado. Por tudo isso, estou convicto de que as escolas precisam de um bom banho de modernidade

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